A Vaidade que mata o homem
Basta dar uma volta em cliques aleatórios nas redes sociais para perceber como os homens – velhos e jovens, mas sobretudo os últimos – estão mais e mais preocupados com os seus aspectos físicos, com a sua vaidade. Faça a experiência: primeiro, para garantir, entre nas suas fotos e avalie se não é você mesmo um “poser” inveterado. E depois, veja nos seus contatos a quantidade de homens que adotam as suas contas de Instagram e Facebook como mostruários de sua vazia beleza física.
Como poderá se tornar um grande homem se, em lugar de desenvolver a sua masculinidade e santidade, dedica-se a tirar selfies sem camisa no espelho?
“Cuidado com qualquer vaidade em suas roupas, porque o Senhor permite a queda dessas almas por causa dessa vaidade.” [note]São Pio de Pietrelcina[/note]
A vaidade – junto com a presunção, ambição e pusilanimidade – é um dos pecados que se opõem à magnanimidade, característica fundamental dos grandes homens. [note]Suma Teológica. Secunda Secundae. Q. 130[/note]
“A fortaleza tem como traço fundamental a capacidade de enfrentar, empreender, assumir ideais, tarefas ou deveres elevados. Este traço básico da fortaleza manifesta-se na coragem e, mais especificamente, na magnanimidade, que literalmente quer dizer ‘alma grande’, ‘grandeza de alma'”. [note]Pe. Francisco Faus em http://www.padrefaus.org/archives/1614[/note]
O homem pode ser reconhecido por suas glórias advindas da magnanimidade. É até justo, conforme Santo Tomás de Aquino, que assim seja. Mas o Doutor Angélico também nos diz que o homem magnânimo não tem estima por coisas exteriores: a glória por elas são “glórias vãs”, vanglórias, vaidade. Elas costumam não ter como finalidade a “honra a Deus e a salvação do próximo” (ad honorem Dei vel proximi salutem), e apenas esse fim é justo de reconhecimento. [note]Suma Teológica. Secunda Secundae. Q. 132. A. 1[/note]
Qual é o fim daquele que compartilha em suas redes sociais sequências intermináveis de selfies em que anseia mostrar o seu rosto, o seu corpo e as suas roupas? Para quem este homem quer se mostrar? Acaso Deus quer ver a sua criatura por esses modos? Acaso estará colaborando para a salvação dos seus irmãos?
A vaidade pelas coisas do corpo, pelo visual elaborado, afasta cada vez mais o homem de hoje da masculinidade idealizada por Deus na criação. Tais atitudes têm conduzido-os a situações de insegurança emocional, comportamentos até então muito mais comuns em moças: colocam-se como que em uma vitrine, a espera de que uma donzela venha procurá-lo. O homem não é mais galante, não é mais corajoso, não é mais forte. É um bibelô numa redoma de vidro chamada Internet.
Não é necessário ser um brucutu relaxado e mal-vestido. Isso já seria pusilanimidade. É preciso apenas ser… homem! E como tal, portar-se como homem, vivendo a grandeza – aquela Magnanimidade – que te fará honrar propriamente a Deus e aproximar os outros da salvação.
“Não queiras ser como aquele catavento dourado do grande edifício; por muito que brilhe e por mais alto que esteja, não conta para a solidez da obra. Oxalá sejas como um velho silhar oculto nos alicerces, debaixo da terra, onde ninguém te veja; por ti não desabará a casa.” [note]São Josemaria Escrivá em Caminho. Ponto 590[/note]
O que quer ser, leitor? O catavento ou o silhar? Comente conosco o que tem feito para ser um homem magnânimo e o que fará para manter-se longe das glórias vãs.
Bravus, pela hombridade.
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