Quando a morte de um inocente indefeso passou a ser solução? #Revoga2do128
Peço ao leitor que se imagine a si mesmo num destes cenários de filmes investigativos. Ao fundo, encostados numa parede sob forte luz, uma dezena de pessoas – homens e mulheres, de todas as cores e etnias. Embora com suas diferenças de compleição física e de personalidade, ninguém tem dúvidas, são todos seres humanos, com a dignidade própria que cada pessoa carrega. Todos menos um. Há alguém ali com um grave defeito, digno de morte. Não que seja diferente de nós, física, biológica, volitiva e intelectualmente. Todavia, sua origem não é como a nossa, pura, fruto do amor conjugal. Não. Esse ser monstruoso é fruto de um… ESTUPRO! E, por isso, é culpado e merece a morte.
Entramos agora no 7.º dia da morte por aborto da filha da menina K. de 10 anos. Uso da imagem acima, abusando da imaginação do caro leitor, para trazer à reflexão alguns pontos e detalhes que creio terem escapado à percepção de boa parte da população.
Creio ser desnecessário acrescentar impropérios ao coro dos cidadãos de bem, que reprovam as monstruosidades cometidas pelo tio da menina durante quatro longos anos. Que o meliante, felizmente já capturado, sofra as mais duras penas da lei e pague por seus crimes. Também desnecessário afirmar que esperamos que a menina tenha todo o atendimento e conforto necessários por parte do Estado e de entidades caritativas para superar os traumas sofridos.
Entretanto, nestes tempos em que “black lives matter” (“vidas negras importam”), em que lutamos diariamente pelos direitos humanos – afinal, todas as vidas humanas importam -, porque a vida daquela bebê não importou? Porque o estuprador merece a prisão e aquele ser humano pequeno e inocente merece a morte?
Não cabe aqui aquele expediente recorrente dos abortistas de que não há problema em se abortar um feto de até 12 semanas, pois é apenas um amontoado de células, que nada sofreria por possuir apenas um sistema nervoso incipiente. Não! Era um bebê de 23 semanas de vida, com viabilidade de vida extrauterina.
Ao contrário do que foi dito por muitas pessoas, principalmente nas redes sociais,, quem defendia as duas vidas não defendia uma gestação de nove meses. Um laudo médico no Espírito Santo indicou que dentro de duas semanas seria possível realizar uma cesárea com muito menos risco para a menina e preservando a vida do nascituro. E a bebê seria colocada para adoção.
Talvez você ainda acredite que não há problema nenhum no aborto realizado, afinal, o que se diz por aí é que se trata de um procedimento limpo, seguro, indolor… mais humano. Bem, permita-me esclarecer como se deu o aborto em questão e depois discutiremos onde está sua humanidade.
Primeiramente, injetaram uma solução salina no coração do bebezinho, sem anestesia alguma, o que lhe queima por dentro, lentamente, causando extrema dor e, por fim, sua morte. A dor é tamanha que, em animais, uma eutanásia desse tipo, por envenenamento salino, só é permitida após anestesia geral.
Cometido o assassinato com requintes de tortura – não há outro nome possível para tal prática! – o trabalho de parto aconteceria naturalmente entre 24 e 48 horas, de modo que foi induzido. A pequena mãe de 10 anos, acordada e consciente, foi forçada a expelir, por parto vaginal, um bebê morto pesando meio quilo, num processo extremamente demorado, que só terminou no dia seguinte.
Ninguém dúvida de que somos todos iguais, independentemente de sexo, cor ou etnia. Acrescento que somos todos iguais independentemente de nossa concepção. É justamente por isso que tem surgido uma iniciativa popular para revogar o 2.º inciso do Artigo 128 do Código Penal, que despenaliza tira a pena do aborto em caso de estupro. Não caiamos no erro de defender a eugenia análoga a da Alemanha nazista.
Termino recordando o testemunho de Valerie Gatto, Miss Pensilvânia e candidata a Miss EUA, concebida num estupro e que deseja, com seu exemplo, inspirar as pessoas a “não deixarem que as circunstâncias definam a sua vida”.
Participe nas redes sociais com a hashtag #Revoga2do128.
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