A ressurreição do Homem

A ressurreição do homem
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Há pouco vivenciamos a mais marcante das datas cristãs, a Páscoa, celebração da Paixão, morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo. A importância desta data  é tamanha que vivemos os cinquenta dias seguintes como se fossem uma única festa – “como um grande domingo”, diz-nos Santo Atanásio.

A Encarnação: Homem como os homens

Todavia, não há como falar da Ressurreição sem antes falarmos da Encarnação. Com a Encarnação da Segunda Pessoa da Santíssima Trindade na pessoa de Jesus Cristo, verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem, Deus sobrenaturalizou toda a natureza humana. É o mesmo Santo Atanásio quem diz que o Verbo de Deus “se fez homem para que nós nos tornássemos Deus”.

Toda a condição humana neste mundo, nossas alegrias e júbilos, sofrimentos e tristezas, anseios e expectativas, tudo isto e muito mais – com exceção do pecado – foi assumido por Cristo.

Verdadeiramente homem, assumiu também condições próprias do sexo masculino:

  • o tornar-se homem, passando da meninez à adolescência e desta à vida adulta;
  • o papel do provedor que sustenta sua família, através do ofício de carpinteiro, que aprendeu de seu pai e desenvolveu até seus 30 anos;
  • o papel de líder (dos discípulos; em nosso caso, geralmente de uma família);
  • como verdadeiro líder, o papel de protetor, não apenas dos seus, mas de todos aqueles mais fracos e desfalecidos;

Ressurreição do Homem e dos homens

Contudo, isto não foi suficiente para a redenção do gênero humano. Aprouve a Deus que houvesse algo a mais, algo muito próprio do espírito masculino e que, por Seu exemplo, ganharia uma força ainda maior. Trata-se da oblação de si próprio, sacrifício perfeito de amor por todas as pessoas.

“Cristo operou a redenção do homem e a perfeita glorificação de Deus principalmente por meio do seu mistério pascal, com o qual, morrendo, destruiu a nossa morte e, ressuscitando, restaurou a vida.”[note]Normas universais sobre o ano litúrgico e o calendário, n. 18 apud Cerimonial dos Bispos, n. 295[/note]

A Paixão e a Ressurreição de Nosso Senhor apontam a um profundo simbolismo para todos os que lutamos pela restauração da identidade masculina: se, por meio de Sua Paixão, Jesus nos ensinou a nos sacrificarmos pelos nossos, por meio de Sua Gloriosa Ressurreição deu-nos esperança de que, por pior que sejam nossas dificuldades, não devemos nunca desanimar.

“Ânimo!…, também quando o caminho se torna duro. Não te dá alegria que a fidelidade aos teus compromissos de cristão dependa em boa parte de ti? Enche-te de gozo e renova livremente a tua decisão: – Senhor, eu também quero, conta com a minha pequenez.”[note] São Josemaria Escrivá, Forja, n. 361[/note]

É hora de “ressuscitarmos” nossa identidade de homens, de abraçarmos nossas cruzes do dia a dia com garbo e alegria. Não devemos ignorar ou fingir que elas não se nos apresentam como sacrifícios. Não! Alguns destes sacrifícios que nos são pedidos custarão, e muito! Contudo, devemos abraçá-los jubilosos pois assim estaremos aceitando a vontade de Deus em nossas vidas – como Cristo o fez durante Sua Paixão – através do papel que Ele mesmo nos chamou a desempenhar: como líderes valorosos, protetores altruístas e caridosos provedores, tementes a Deus e amantes de Suas criaturas, enfim, como bravos e corajosos homens.

E você, bravo leitor? Como tem se relacionado com tuas cruzes diárias? Como tem vivido a doação de si pelos teus? Partilhe conosco.

Bravus, pela hombridade.

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